segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Angolanos conhecem fabricação de instrumentos e restauro de partituras no CEEP em Artes e Design

Ao som de vibra fone, alfaia, caixa e pandeiro, num ritmo que foi do chorinho e maxixe ao samba chula, estudantes dos cursos técnicos de nível médio, do Centro Estadual de Educação Profissional em Artes e Design (CEEP em Artes e Design), no Bairro de Nazaré, receberam nesta quinta-feira (dia 01) uma comitiva formada por cerca de 40 pessoas representantes do Governo Angolano.

Estudantes mostram como estão sendo preparados para o mundo do trabalho
A comitiva veio participar do Seminário Brasil Angola e aproveitou a oportunidade para conhecer o trabalho desenvolvido no CEEP como parte da formação dos futuros técnicos. Trabalho este baseado no multiculturalismo, ou seja, toma como referência a diversidade étnica, racial e as culturas de Portugal, África e Indígena, formadoras da cultura brasileira.
Comitiva do Governo Angolano 
Comitiva conhece partituras em restauração 

A comitiva percorreu as instalações do centro e visitou os laboratórios de documentação musical e o de luteria, ou seja, construção de instrumentos como violão de seis cordas, violão de sete cordas, violoncelos e violinos. Nestes laboratórios, os angolanos viram os estudantes fazendo restauro e construção de instrumentos, usando tecnologias sociais.
 
O trabalho é todo artesanal e usa madeira de reflorestamento, inclusive, na perspectiva de promover a proteção ambiental, uma vez que historicamente estes instrumentos são feitos com madeiras nobres, muitas em extinção.
 

“Nós temos a preocupação de buscar alternativas sustentáveis para construir os instrumentos sem perder a qualidade. Desta forma também estimulamos nos nossos estudantes a consciência ambiental. Quando a gente procura instrumentos de qualidade ficamos reféns até do mercado paralelo. Aqui ao buscar estas alternativas, temos estes instrumentos com todas essas vantagens. Nossos futuros técnicos aprendem a fazer os instrumentos, a tocar e a restaurar”, afirmou a professora Judith Leite, vice-diretora do CEEP em Artes e Design.


Comitiva conhece técnicas do restauro e da construção de instrumentos
No Laboratório de documentação musical, a comitiva viu o restauro e edição de partituras da memória musical das filarmônicas do interior do estado e das irmandades do século XIX. As partituras são manuscritas e se constituem como verdadeiras relíquias para a história musical não só da Bahia como da história musical do país. “Tem coisas aqui que nunca ninguém vai ouvir se a gente não conseguir fazer esse trabalho porque as partituras estão deterioradas pelo tempo”, comenta a professora Judith. 


Os angolanos ficaram encantados com o processo. Procuraram saber detalhes sobre o que é a Educação Profissional na Bahia, como se dá a oferta, como contempla jovens e adultos. Saiu do CEEP em Artes e Design cogitando a possibilidade de futuras trocas de experiências entre os governos Brasil e Angola. “Vejo que a gente tem que humanizar as pessoas para que elas consigam fazer um mundo melhor. Quando a gente entra nessa escola e vê o trabalho que vocês fazem, nós conseguimos ver a alma de vocês aqui dentro”, afirmou Maria Emaculada Curado, diretora nacional de Intercâmbio do Ministério da Educação de Angola.

A comitiva foi acompanhada pelo diretor de Institucionalização da Educação Profissional da Bahia, Carlos Alberto Menezes e pela presidente do Conselho Estadual da Educação, Aylana Gazar.

Sobre o CEEP em Artes e Design


O CEEP em Artes e Design é um dos 22 centros estaduais e 28 territoriais que ofertam exclusivamente educação profissional na Bahia. Como a oferta dos cursos técnicos de nível médio ocorre de acordo com as demandas do desenvolvimento socioeconômico e ambiental dos Territórios de Identidade, o CEEP em Artes e Design foi inaugurado em Salvador, para formar futuros técnicos em Documentação Musical, Instrumento Musical, Regência, Artes Visuais Gestão de Projetos Culturais e em Comunicação Visual.

Fotos: Divulgação CEEP em Artes e Design

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