terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Estudantes da Educação Profissional são finalistas da Febrace 2014

Mais uma vez, a Rede Estadual de Educação Profissional está em destaque nacional. Três projetos desenvolvidos por estudantes de Centros Territoriais e Estaduais da Rede Estadual de Educação Profissional estão entre os finalistas da 12º edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que será realizada de 18 a 20 de março de 2014, em São Paulo.

O projeto “Irrigação e Nutrição na Escola pelo Sistema de Aquaponia”, primeiro colocado na III Feira de Ciências da Bahia, na área de Ciências Biológicas, foi idealizado por Caio Araújo Pinto e Neydson Santana Sousa, estudantes do curso técnico em Meio Ambiente, do Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste Baiano/Litoral Norte (CETEP), em Alagoinhas.

Por meio da pesquisa, eles estão mostrando como é possível implantar um sistema integrado de criação de peixes e de cultivo de hortaliças, utilizando o sistema de aquaponia, onde a irrigação e a fertilização das plantas são feitas com a água contendo os resíduos orgânicos produzidos pelos peixes, além das plantas atuarem como um filtro natural da água onde vivem os peixes.

“Pretendemos utilizar as hortaliças e peixes para o enriquecimento nutricional da merenda escolar. Desta forma, estamos aliando o desenvolvimento sustentável a prática cidadã, apresentando alternativas de empreendimentos rentáveis e sustentáveis que envolvam boas práticas para o uso racional da água, pois não utilizamos fertilizantes industriais na cultura das hortaliças, por exemplo”, explicou o estudante Caio Araujo Pinto, 18.


O outro projeto que será apresentado é o Biodigestor Portátil Anaeróbico para Produção de Biogás, do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira (CEEP), em Ilhéus. Este projeto também ficou em primeiro lugar na área de Engenharia e Ciências Exatas, na III Feira de Ciências da Bahia.

 O experimento verifica a possibilidade de utilizar o gás metano como alternativa para o funcionamento de um fogão doméstico para residências e restaurantes, contribuindo para diminuir custos com a utilização do gás derivado do petróleo e ao mesmo tempo na redução de impactos ambientais.  Para desenvolver esta tecnologia social, os estudantes utilizaram materiais como um tambor plástico de 20 litros, registros, mangueiras, suporte, silicone, durepox e fita veda rosca. No biodigestor foram colocados resíduos orgânicos domésticos como substrato para a produção do biogás. O biogás obtido da decomposição desse lixo orgânico é formado por gases, tais como o metano e o dióxido de carbono.

Já os estudantes do curso técnico em Comércio, do CEEP em Gestão e Negócios do Centro Baiano Professora Felicidade de Jesus Magalhães, em Jacobina, irão apresentar o projeto “Ciganos: sujeito de direitos”, que busca resgatar e apresentar à sociedade a cultura da comunidade cigana na tentativa de minimizar o preconceito que existe em torno deles, possibilitando a construção de um novo olhar acerca das etnias ciganas, desprovido de estereótipos, com mais respeito e valorização.

O estudante Marcos Vinicius Martins dos Santos, 16, explica como a pesquisa foi realizada.  “Para retratar a realidade deste povo, pesquisamos sobre a comunidade cigana da etnia Calon, da família Dourado da Mota, sediada aqui em Jacobina. Fizemos pesquisas de campo, por meio da aplicação de questionários, abordando temas, como: religião, trabalho, educação, cultura e linguagem.
                       
A professora Laudicéia da Cruz Santos, professora de História e uma das orientadoras do projeto, complementa: “Com os resultados obtidos, inicialmente, promovemos mesa-redondas com a comunidade estudantil da Escola Municipal Yeda Barradas Carneiros, que possui alunos da etnia ciganos, para esclarecer os mitos em torno da cultura deste povo. Após a realização desta formação, aplicamos novamente um questionário com perguntas semelhantes e diagnosticamos que após conhecerem a cultura cigana, os estudantes poderam descartar informações do senso comum. Desta forma, eles podem atuar como agentes multiplicadores sobre as etnias ciganas”, disse.

Outras participações- Nas últimas edições, estudantes de diferentes Centros e Unidades Escolares da Educação Profissional marcaram presença no evento. Na 11º edição da Febrace, realizada em 2013, por exemplo, o CEEP em Gestão e Negócios do Centro Baiano Professora Felicidade de Jesus Magalhães, de Jacobina, também foi um dos finalistas com o projeto “Canteiro Bio Séptico”.

Em 2012, na 10º edição, três projetos desenvolvidos por estudantes da Educação Profissional estiveram entre os selecionados para a final: “Casa Ecológica”, idealizado pelos estudantes do 2º ano do curso Técnico em Edificações, do Centro Territorial de Educação Profissional do Semiárido Nordeste II (CETEP), em Ribeira do Pombal, e o “Secador Econômico” e “Biodigestor que gera biogás”, desenvolvido por estudantes do curso Técnico em Agroindústria, do Colégio Estadual Pio XII, em Jaguaquara.

Na 9º edição do evento, realizada em 2011, os estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional em Logística e Transporte Luiz Pinto de Carvalho (CEEP), em Salvador, foram um dos finalistas da premiação por meio do projeto “Aqui jaz um rio: protagonismo juvenil e o campo ciência, tecnologia e sociedade”.

A Febrace é considerada a maior feira de ciências e engenharia do Brasil. Ela tem o objetivo de aproximar as escolas públicas e privadas das Universidades, criando oportunidades de interação espontânea entre os estudantes e professores das escolas com a comunidade universitária (estudantes, professores, funcionários), para uma melhor compreensão dos papéis das universidades em Ensino, Pesquisa, Cultura e Extensão. Durante a feira, os projetos são apresentados ao público visitante e avaliados por professores mestres e doutores da USP e de instituições parceiras.

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